quinta-feira, 28 de março de 2013

Experimentando a poesia manêsa


Experimentando a Poesia manêsa



 Quando se fala em ‘Gaélico’, tudo o que vem na cabeça são os irlandeses e os escoceses. Muitos não sabem – ou se esquecem – que os povos da Ilha de Man também são considerados ‘gaélicos’, porém, com sua língua e costumes diferentes, embora “compartilhem” também de alguns deuses – apesar de terem nomes diferentes, como por exemplo, Caillagh ny Faashag (Beira na Escócia e Cailleach Beara na Irlanda). Com esse intuito, venho aqui hoje mostrar para vocês uma pequena amostra da poesia manêsa: darei uma parte de uma poesia tradicional e o significado de algumas palavras, para quem se interessar no futuro poder aprender essa língua mágica e bonita.


Um pouco da história da língua manêsa

 O manx, manês ou manquês (Gaelg) é a língua falada na Ilha de Mann. Como todas as línguas gaélicas, é derivada do Indo-europeu. O manês se tornou uma língua morta quando o último falante dessa língua, Ned Maddrell, morreu em 1974, porém, já havia esforços de reviver essa língua. Hoje em dia, ela é ensinada como uma segunda língua em escolas primárias e fundamental, e ainda, na Universidade da Ilha de Man.

 O primeiro documento literário do manês é a tradução de um livro de orações anglicano de 1610. A língua teve seu esplendor literário nos séculos XVII e XVIII. Seus textos e poesias foram conservados em um manuscrito no final do século XVIII, que é de uma tradição oral bem anterior a isso. A língua também sobreviveu através de hinos religiosos, canções de ninar, poesias ossiânicas, canções marítimas e pastoris.

 A “ressureição” da língua manêsa ocorreu durante o século XX, com a ajuda de um falante fluente, Brian Stowell. Com o declínio do uso da língua, durante o século XIX foi fundada a Sociedade da Língua Manêsa (Yn Cheshaght Ghailckagh).    

Fin as Oshin

 A poesia que vamos trabalhar hoje se chama “Fin as Oshin”, que significa “Fin e Oshin”. Na tradição manêsa, Fin é o guerreiro Fionn (ou Finn), e Oshin, Ossian.

“Hie Fin as Oshin magh dy helg,

Fal, lai, lo, as fal, lal, la,

Lesh sheshaght trean as meddee elg,

Cha row un deoinney sloo ny keead,

Coshee cha bieau cha row, ny lheid,

Lesh feedyn coo eisht hie ad magh,

Trooid slieau as coan dy yannoo cragh.”


Trabalhando com as palavras

 Magh: ‘sair, para fora, exterior, planície’;

 Dy: ‘para (movimento), em direção’;

 Helg: ‘caça, perseguição’;

 Hie: ’casa’;

 Lesh: ‘com, com ele’;

 Sheshaght:  ‘companhia, sociedade, bando’;

 Trean: ‘heroico, intensivo, pesado, firme, corajoso, valoroso, robusto’;

 As: ‘e, como’;

 Meddee: uma forma de moodey e moddee, ‘cães’;

 Cha row: uma expressão, que significa ‘não era, não foram’;

Un: ‘único, um’;

 Deoinney: uma forma de deiney, ‘homens’;

 Sloo: ‘menor, mínimo’;

 Ny: ‘o/a/os/as, quem, o que, não, do/da/dos/das, quer, nem, ou’;

 Keead: ‘centena’;

 Coshee: ‘pedestre, andador’;

 Bieau: ‘rápido, veloz’;

 Lheid: ‘tal’;

Feedyn: ‘contagem’;

 Coo: ‘cão, cão de caça’;

 Eisht: ‘então, naquele tempo’;

 Ad: ‘eles’;

 Trooid: ‘através, durante’;

 Slieau: ‘montanha, colina’;

 Coan: ‘vale’;

 Yannoo: uma forma de jannoo, ‘fazer, tornar, executar’;

 Cragh: ‘pilhagem, saque’.

 A tradução desses versos fica como um exercício para o leitor. Aqueles que tiverem dificuldades com a tradução, poderão encontrar uma tradução completa (em inglês) aqui. Para aqueles que desejam traduzir toda a poesia, encontrarão ela no mesmo link anterior. Para ajudar-lhes na tradução, vocês também podem querer usar esse dicionário online.
 Espero que tenham gostando, e bons estudos!

Bibliografia
http://www.isle-of-man.com/manxnotebook/fulltext/mb1896/p002.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_manesa
http://www.mannin.info/Mannin/fockleyr/m2e.php
Artigo: "Experimentando a poesia céltica"

0 comentários:

Postar um comentário