sábado, 18 de maio de 2013

Experimentando a poesia escocesa


Experimentando a Poesia escocesa

 Dando continuidade ao estudo da poesia gaélica, vamos ver agora uma amostra da poesia escocesa. Vou seguir o mesmo modelo da postagem anterior, uma parte de alguma poesia famosa, o significado de algumas palavras, e a tradução completa fica como um exercício para o leitor. Mas antes, para começar, vamos dar uma breve olhada na história da língua gaélica-escocesa.


Um pouco da história da língua escocesa

 O gaélico escocês é um ramo das línguas Goidélicas, e assim como o irlandês moderno e o manês, o gaélico escocês se desenvolveu do irlandês “intermediário” (Middle Irish). O gaélico escocês foi levado para a Escócia por volta do século IV através de colonizadores irlandeses que fundaram o reinado de Dál Riata na costa oeste da Escócia.. Em sua maior parte, a língua é baseada em manuscritos medievais dos séculos IX e X escritos por monges escoceses, e com isso, junto com o desenvolvimento do reinado de Dál Riata, o gaélico escocês se desenvolveu como uma língua independente a partir do século XII, se tornando a língua comum na Escócia, substituindo as línguas cúmbrica (uma variedade da língua britânica) e picta. Hoje em dia, embora o inglês seja a língua oficial da Escócia, o gaélico escocês é falado em diversas partes, subdivido em dialetos.

O Carmina Gadelica

  A obra conhecida como Carmina Gadelica, cujo autor é Alexander Carmichael, é uma coleção de poesia folclórica das ilhas ocidentais da Escócia. Carmichael passou anos coletando o folclore das culturas escocesas que estavam lentamente desaparecendo. Os poemas dessa obra inclui orações, invocações, bênçãos e encantamentos. Embora exista uma mistura de crenças cristãs e pagãs, muitos druidistas modernos tomam como base algumas dessas orações para criar suas próprias. A obra em sí é uma rica fonte de estudo para aqueles que buscam conhecer o gaélico escocês, e a poesia que falaremos hoje é encontrada nessa obra.

Dùrachd

“Feart fithich dhuit,
Feart fiolair dhuit,
Feart féinne.
Feart gaillinn dhuit,
Feart gealaich dhuit,
Feart gréine.
Feart mara dhuit,
Feart talamh dhuit,
Feart nèimhe.
Mathas mara dhuit,
Mathas talamh dhuit,
Mathas nèimhe.
Gach latha sona dhuit,
Gun latha dona dhuit,
Onair agus aithne. […]”

Trabalhando com as palavras

Feart: ‘característica, propriedade, qualidade’;
Dhuit: uma forma de dhut, ‘para você’;
Fithich: uma forma de fitheach, ‘corvo’;
Fiolair: uma forma de fiolaire, ‘águia’;
Féinne: Fianna, um grupo de guerreiros caçadores presentes também na mitologia irlandesa e manêsa;
Gaillinn: uma forma de gailleann, ‘tempestade’;
Gealaich: uma forma de gealach, ‘lua’;
Gréine: uma forma de grian, ‘sol’;
Mara: uma forma de muir, ‘mar’ (note que muir é um substantivo feminino);
Talamh: ‘terra’;
Nèimhe: forma de nèamh, ‘céu’;
Gach: ‘cada’;
Latha: ‘dia’;
Sona: ‘contente, feliz’;
Gun: ‘sem’;
Dona: ‘ruim’;
Onair: ‘honra, respeito’;
Agus: ‘e’;
Aithne: ‘entendimento, conhecimento, sabedoria’;

Bibliografia e leitura recomendada

ü  An Faclair Beag – Um dicionário de gaélico escocês: http://www.faclair.com/index.aspx?Language=en
ü  Carmina Gadelica, volumes 1 e 2: http://www.sacred-texts.com/neu/celt/cg.htm
ü  Texto sobre a história e uso do gaélico escocês: http://en.wikipedia.org/wiki/Scottish_Gaelic

0 comentários:

Postar um comentário