domingo, 11 de agosto de 2013

Tradição Druídica Waloniana

Tradição Druídica Waloniana



É de longa data que Walonom percorre um caminho único, unindo fortes elementos Recon e Druidistas, mas nunca sendo só um ou só outro. Quando começamos os trabalhos de Walonom não se tinha grande acesso à internet ( 2001) e havia poucas pessoas do meio no Brasil, isso fez com que nos mantivéssemos isolados por anos e anos, criando assim, por instinto o que chamamos por todo este tempo de Tradição Avaloniana ( do conhecimento de todos, inspirados pelo mito de Avalon, um dia nos unimos).

No entanto por algum motivo ainda desconhecido de todos de Walonom o termo Avaloniano foi de pronto rejeitado e causava muitos mal entendidos, graças aos nossos esforçoes e trabalho, fomos sendo aos poucos reconhecidos como um grupo legítimo e de boa índole. No entanto o fantasma do termo voltava hora ou outra, e da última vez que surgiu nos trouxe problemas mais sérios.

Por mais de um ano foi discutido formal e informalmente a possibilidade de nos tornarmos Reconstrucionistas, mas não queríamos perder a flexibilidade onde havíamos nos criado. Pensamos em nos assumirmos como Druidismo, mas não tínhamos a envergadura deste e sempre fomos contra a limitação do termo. Nos mantivemos Tradição Avaloniana, mas algo ainda haveria de acontecer...e assim foi feito.

Após o III EBDRC fomos colocados próximos dos irmãos que até então não passavam de letras e pensamentos cibernéticos, sentimos seus corpos, olhamos seus olhos e ouvimos suas vozes, e tudo isso nos jogou em um mar de possibilidades e transformações.

Não víamos mais o termo druidismo como algo limitante, agora o Druida tomara  forma de símbolo e com um novo significado. Após todas as indagações que surgiram neste encontro maravilhoso, pudemos nos sentir aquecidos na fogueira e ter coragem de cortar na própria carne por um bem maior, e o Avaloniano embora seja visto com carinho e muito amor, não nos serve mais, assim renomeamos nosso modo de trabalho como “ Tradição Druídica Waloniana “.

Com isso mantemos a flexibilidade que prezamos muito, ainda mesclando elementos Reconstrucionistas e do Druidismo, não seremos vistos com olhos tortos pelos mais xiitas ( sejam de qualquer das sendas célticas). Com isso assumimos que de uma vez por todas nosso papel na comunidade céltica brasileira como criadores de um novo caminho céltico, válido, belo, pleno e completo. Hoje nos enquadramos portanto no Druidismo de forma geral.


Outra coisa que veio, foi uma reformulação do trabalho da Ordem, pondo ponto final na separação do que um dia foi uma coisa só, assim o antigo Bosque Walonom ( saído da Ordem Walonom) passa a se chamar “Bosque Fonte das Macieiras”.

sábado, 18 de maio de 2013

Experimentando a poesia escocesa


Experimentando a Poesia escocesa

 Dando continuidade ao estudo da poesia gaélica, vamos ver agora uma amostra da poesia escocesa. Vou seguir o mesmo modelo da postagem anterior, uma parte de alguma poesia famosa, o significado de algumas palavras, e a tradução completa fica como um exercício para o leitor. Mas antes, para começar, vamos dar uma breve olhada na história da língua gaélica-escocesa.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Segunda parte do Guia completo de Druidismo


Finalmente chegou a segunda parte do Guia completo de Druidismo, veja os assuntos:

Espaço Sagrado, Três Reinos e Três Famílias.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Evento no RS/ Porto Alegre


quinta-feira, 28 de março de 2013

Experimentando a poesia manêsa


Experimentando a Poesia manêsa



 Quando se fala em ‘Gaélico’, tudo o que vem na cabeça são os irlandeses e os escoceses. Muitos não sabem – ou se esquecem – que os povos da Ilha de Man também são considerados ‘gaélicos’, porém, com sua língua e costumes diferentes, embora “compartilhem” também de alguns deuses – apesar de terem nomes diferentes, como por exemplo, Caillagh ny Faashag (Beira na Escócia e Cailleach Beara na Irlanda). Com esse intuito, venho aqui hoje mostrar para vocês uma pequena amostra da poesia manêsa: darei uma parte de uma poesia tradicional e o significado de algumas palavras, para quem se interessar no futuro poder aprender essa língua mágica e bonita.


Um pouco da história da língua manêsa

 O manx, manês ou manquês (Gaelg) é a língua falada na Ilha de Mann. Como todas as línguas gaélicas, é derivada do Indo-europeu. O manês se tornou uma língua morta quando o último falante dessa língua, Ned Maddrell, morreu em 1974, porém, já havia esforços de reviver essa língua. Hoje em dia, ela é ensinada como uma segunda língua em escolas primárias e fundamental, e ainda, na Universidade da Ilha de Man.

 O primeiro documento literário do manês é a tradução de um livro de orações anglicano de 1610. A língua teve seu esplendor literário nos séculos XVII e XVIII. Seus textos e poesias foram conservados em um manuscrito no final do século XVIII, que é de uma tradição oral bem anterior a isso. A língua também sobreviveu através de hinos religiosos, canções de ninar, poesias ossiânicas, canções marítimas e pastoris.

 A “ressureição” da língua manêsa ocorreu durante o século XX, com a ajuda de um falante fluente, Brian Stowell. Com o declínio do uso da língua, durante o século XIX foi fundada a Sociedade da Língua Manêsa (Yn Cheshaght Ghailckagh).    

Fin as Oshin

 A poesia que vamos trabalhar hoje se chama “Fin as Oshin”, que significa “Fin e Oshin”. Na tradição manêsa, Fin é o guerreiro Fionn (ou Finn), e Oshin, Ossian.

“Hie Fin as Oshin magh dy helg,

Fal, lai, lo, as fal, lal, la,

Lesh sheshaght trean as meddee elg,

Cha row un deoinney sloo ny keead,

Coshee cha bieau cha row, ny lheid,

Lesh feedyn coo eisht hie ad magh,

Trooid slieau as coan dy yannoo cragh.”


Trabalhando com as palavras

 Magh: ‘sair, para fora, exterior, planície’;

 Dy: ‘para (movimento), em direção’;

 Helg: ‘caça, perseguição’;

 Hie: ’casa’;

 Lesh: ‘com, com ele’;

 Sheshaght:  ‘companhia, sociedade, bando’;

 Trean: ‘heroico, intensivo, pesado, firme, corajoso, valoroso, robusto’;

 As: ‘e, como’;

 Meddee: uma forma de moodey e moddee, ‘cães’;

 Cha row: uma expressão, que significa ‘não era, não foram’;

Un: ‘único, um’;

 Deoinney: uma forma de deiney, ‘homens’;

 Sloo: ‘menor, mínimo’;

 Ny: ‘o/a/os/as, quem, o que, não, do/da/dos/das, quer, nem, ou’;

 Keead: ‘centena’;

 Coshee: ‘pedestre, andador’;

 Bieau: ‘rápido, veloz’;

 Lheid: ‘tal’;

Feedyn: ‘contagem’;

 Coo: ‘cão, cão de caça’;

 Eisht: ‘então, naquele tempo’;

 Ad: ‘eles’;

 Trooid: ‘através, durante’;

 Slieau: ‘montanha, colina’;

 Coan: ‘vale’;

 Yannoo: uma forma de jannoo, ‘fazer, tornar, executar’;

 Cragh: ‘pilhagem, saque’.

 A tradução desses versos fica como um exercício para o leitor. Aqueles que tiverem dificuldades com a tradução, poderão encontrar uma tradução completa (em inglês) aqui. Para aqueles que desejam traduzir toda a poesia, encontrarão ela no mesmo link anterior. Para ajudar-lhes na tradução, vocês também podem querer usar esse dicionário online.
 Espero que tenham gostando, e bons estudos!

Bibliografia
http://www.isle-of-man.com/manxnotebook/fulltext/mb1896/p002.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_manesa
http://www.mannin.info/Mannin/fockleyr/m2e.php
Artigo: "Experimentando a poesia céltica"

sexta-feira, 22 de março de 2013

Cailleach


Texto de Marcela Badolatto, escrito para seu blog e repostado aqui com sua prévia autorização.




A Cailleach é uma das mais importantes e mais imponentes deidades dentro da mitologia das regiões gaélicas da Escócia. Mas ela é também uma figura complexa e inconstante, sendo por vezes mais adequado referimo-nos a ela como parte de um conjunto de divindades ou espíritos destrutivos denominados Na Cailleachan, também conhecidas como “As Bruxas da Tempestade”.

A palavra cailleach significa “anciã” e deriva do Irlandês Antigo, caillech, véu (em irlandês atual, caille), o que evidencia uma proximidade ou mesmo derivação do latim pallium, cujo significado também é véu. Essa possibilidade é corroborada pela tendência das línguas gaélicas de trocar o ‘p’ pelo ‘c’ em palavras estrangeiras.
No antigo poema irlandês, Aithbe dam Bés mora ou ‘O Lamento da Anciã de Beare’, uma figura que podemos facilmente identificar com a Cailleach fala:


(…) sech am tróg, am sentainne.
Ní feraim cobra milis;
ní marbtar muilt dom banais;
is bec, is líath mo thrilis;
ní líach drochcaille tarais.
Ní olc lim
ce beith caille finn form chinn;

(...) Não sou apenas miserável, mas sou uma velha
Não falo palavras adocicadas,
carneiros não são abatidos
para o meu casamento,
meu cabelo é escasso e cinzento,
ter um pobre véu sobre ele não causa desgosto.
Ter um véu branco em minha cabeça
não me causa tristeza.


A origem da palavra cailleach como “velada” pode ser um indício de sua associação com a imagem da freira. Na Irlanda antiga esse era um termo que trazia uma forte conotação de uma mulher que nunca se casou ou que se casou com Cristo, e com a ascenção do cristianismo as personagens mitológicas e dedidades pagãs foram sendo transformadas e adaptadas para serem aceitas pela nova religião. Em contrapartida, em áreas mais remotas, a cultura gaélica preservou a figura da Cailleach como deusa e regente do inverno, e a associação dela com o véu é muito mais significativa em sua imagem originalmente pagã: a imagem de uma velha feiticeira. No folclore escocês, ela é retratada como uma mulher muito velha, enorme, com um só olho, penetrante e afiado como o gelo, a pele escura, azul, os dentes vermelhos como ferrugem, os cabelos brancos e um véu sobre eles. Todas suas roupas eram cinzentas e ela jamais era vista sem seu manto malhado sob os ombros.


A Cailleach é uma divindade associada às forças mais brutais e destrutivas da Natureza, especialmente às forças do Inverno e da tempestade. Seu titulo mais conhecido é Cailleach Bheur. Este epíteto nos dá algumas possibilidades de interpretação: a palavra bheur é o genitivo de beur, cujos significados são “pontiagudo, afiado” assim como “claro, limpo”. É também a palavra para pico ou local de grande altitude. Esses significados ligam-se diretamente aos aspectos invernais dessa divindade, às características do gelo, da neve e das tempestades. A Cailleach também é, dentro das sobrevivências culturais, a construtora das montanhas e colinas, conectando-a, assim, aos lugares altos.

Outra possibilidade da etimologia do nome Cailleach Bheur encontra-se no registro mais antigo sobre ela, o já citado Aithbe dam Bés mora, O Lamento da
Anciã de Beare. Esse poema, datado, aproximadamente, do ano 800, mostra a grande influência e passagem da mitologia irlandesa para as regiões da Escócia com a instalação do reino de Dál Riada. O título Anciã de Beare é, em irlandês antigo, Caillech Bérri, um possível cognato de Cailleach Bheur.
Apesar de este ser seu nome mais difundido, ela é conhecida por muitas outras denominações em diferentes regiões. Na maior parte da Escócia, especialmente nas Highlands, ela é chamada Beira, Rainha do Inverno, enquanto que na lenda irlandesa, ela intitula-se Buí. Em algumas partes da Escócia é também chamada Mag Moullach e nas Lowlands de Gyre-Carline, sendo carline a palavra do Scots que corresponde a ‘mulher velha’. Na Ilha de Man é chamada de Caillagh ny Groamagh, Anciã Sombia, e Caillagh ny Gueshag, Anciã dos Feitiços, e é tida como um espirito da tempestade e do inverno, que aparece que no dia 1 de Fevereiro prenunciando como será o restante do ano. Um dia ensolarado denuncia que o ano será de má sorte. Na Escócia, a primeira colheita é dita como abençoada e a última amaldiçoada, recebendo o nome de a’chailleach. Outro nome interessante que ela recebe pelos habitantes da costa noroeste é Gentil Annie. Um apelido que pode ser sarcástico ou apaziguador, já que os pescadores atribuem a ela os ventos furiosos do começo da primavera.

Mas tradicionalmente a Cailleach não é apenas uma divindade destruidora. Como todas as deidades celtas, ela não possui um único aspecto ou função, mas uma multiplicidade. Sendo assim, a Cailleach é também uma deidade criadora. Tradicionalmente, ela é conhecida como sendo a mãe de todos os Deuses e Deusas, e também a responsável pela criação dos lagos, rios, montanhas e colinas. Uma das histórias antigas sobre a formação de alguns loch escoceses conta que Beira, Rainha do Inverno, tirava água todos os dias de uma fonte em Ben Cruachan, na região de Argyll. Todos os dias, ao nascer do sol, ela destampava a fonte e depois a tampava de novo quando o sol se punha. Um certo dia, por descuido, ela esqueceu-se de tampar a fonte e a água transbordou e jorrou, descendo pelas montanhas, rugindo como um mar furioso. E foi assim que veio a nascer o Loch Awe. Em outra ocasião, uma de suas empregadas, chamada Nessa, ficou responsável por destampar e tampar outra de suas fontes, localizada no condado de Inverness. No entanto, uma certa tarde, a moça de atrasou para cobrir a fonte e, quando ela aproximou-se, as águas saltaram em sua direção, fazendo-a correr por sua vida. Beira, sentada em Ben Nevis, a montanha que era seu trono, sentenciou: “Você negligenciou seu dever. Agora você correrá para sempre e nunca deixará a água.” A moça, então, transformou-se no Rio Ness e desembocou no meio de duas montanhas, formando assim o Lago Ness.

A criação das duas montanhas que rodeiam o Lago Ness também foi atribuída à Cailleach. Uma das razões pelas quais Beira construía as montanhas era para servir-lhe como degrau, por seu enorme tamanho. Outra razão era para servirem de casas para seus filhos gigantes, que eram chamados de Fooar, um possível cognato do irlandês Fomóiri. Os Fomóiri são uma tribo de Deuses usualmente ligados ao mar, mas existem também fontes onde são associados a torres de vidro, que podemos interpretar como uma metáfora para os icebergs. Alguns deles, como Indech, um de seus reis, são ditos como filhos da deusa Domnann, posteriormente chamada de Domnu, uma figura obscura e pouco citada no Lebor Gaballa Érenn, o manuscrito que conta a chegada dos deuses à Irlanda e um dos textos mais importantes da mitologia irlandesa. Embora não haja muitas evidências que digam ter sido De Domnann mãe de todos os Fomóri, a relação entre ela e a Cailleach reforça-se ao vermos ambas como divindades primordiais que regem as forças naturais mais selvagens e indomáveis.

O fato de ela receber o nome de Gentil Annie também nos permite fazer algumas associações interessantes. A Cailleach é conhecida como a mãe dos Deuses e Deusas. Uma idéia muito difundida é que, dentro da mitologia irlandesa, esse papel seria atribuído a Dana ou Danu, como deusa progenitora das divindades da tribo, os Tuatha Dé Dannan. No entanto, nos estudos dos textos irlandeses uma confusão costuma ser feita entre os nomes Dana e Ana. O nome Dana é uma especulação a partir do possessivo Dannan, não aparecendo como mãe dos deuses no Lebor Gaballa Érenn, nem em nenhum outro manuscrito. Por outro lado, em algumas versões, a figura que aparece como a mãe dos Deuses, é Annand, que o Lebor Gaballa Érenn aponta como sendo o nome da Mórrighan, já que An Mórrighan, de acordo com a maioria dos estudiosos, significa A Grande Rainha (do Irlandês antigo mor, ‘grande’ e ríogain, ‘rainha’), o que se encaixaria melhor como título, não como nome. O Lebor também indica como sendo dela as Dá Chích Anann, as Tetas de Ana, duas colinas redondas localizadas na província do Munster, o que a liga com as montanhas e colinas.

As características em comum entre a Cailleach e a Mórrighan são bastante fortes: a ligação com o tempo de morte, escassez, mas também com a força do nascimento. As figuras aproximam-se, inclusive, na descrição física, especialmente quando observamos o seguinte trecho do final da Batalha de Mag Rath:


“Sobre sua cabeça guincha
Uma bruxa magra, rapidamente pulando
Sobre a posição das armas e escudos;
Ela é a grisalha Mórrighan.”


Entretanto, em outras redações do Lebor, a deusa que é tida como mãe dos Deuses é Brigit, conhecida na Escócia como Brìde. Interessante notar que na mitologia escocesa, a maior parte das lendas relata Brìde e a Cailleach sempre em oposição. Enquanto a Cailleach rege o período escuro do ano, Brìde rege o verão e os dias claros. No entanto, algumas outras lendas as retratam como sendo a mesma.
O mito conta que ela nunca morria de velhice, pois todo começo de primavera ela bebia as águas mágicas da Fonte da Juventude nas Ilhas Verdes do Oeste. Algumas versões falam que ao beber dessa fonte, ela tornava-se uma jovem de cabelos loiros, bochechas rosadas e olhos azuis, vestindo o manto verde das pastagens e coroada com as mais diversas flores. Isso não explica apenas a possível identificação dela com Brìde, mas mostra, principalmente, a capacidade de regeneração dessa deidade e sua profunda ligação com os ciclos sazonais.

Nas regiões mais rurais da Escócia ela é celebrada em seu festival, o Latha na Cailliche, que ocorre por volta de 24 ou 25 de Fevereiro, visto como o dia em que seu reinado de inverno termina, dando lugar ao reinado de verão de Brìde.




FONTES:


CAMPBELL, J.F. Popular Tales of the West Highlands. Publ. em 1890.
CAMPBELL, J.G. The Gaelic Otherworld. Ed. Interlink Books, 2008.
CAREY, John. Transmutations of Immortality in the ‘The Lament of the Old Woman of Beare’. School of Celtic Studies: Dublin Institute for Advanced Studies. Artigo disponível em: <http://www.celt.dias.ie/publications/celtica/c23/c23-30.pdf>
JONES, Noragh. Power of Raven, Wisdom of the Serpent. Ed. Lindisfarne Press, 1995.
MACKENZIE, D.A. Wonder Tales from Scottish Myth and Legend. Publ. Em 1917
SQUIRE, Charles. Mitos e Lendas Celtas. Ed. Nova Era, 2003.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Latha na Cailleach!


Latha na Cailleach

 Hoje, entre os politeístas gaélicos é comemorado o festival escocês do Latha na Cailleach, uma celebração a derrota do Inverno, e boas vindas à Primavera. Em suma, é celebrada a derrota de Cailleach, a deusa que personifica o Inverno e as tempestades primaveris; na tradição escocesa, quando Cailleach se cansa de tentar prolongar o inverno, impedindo que seu filho Angus (o deus-sol na tradição escocesa) venha para a Terra e Brid (o espírito da primavera) seja libertada, ela vai até a Ilha Verde (o paraíso escocês) e bebe das águas do Poço da Juventude, no dia em que “dia e noite são de igual extensão” e antes de qualquer cão latir e qualquer pássaro beber dessas águas. Quando ela então bebe dessa água, ela se torna jovem novamente: uma linda menina de cabelos loiros como a flor de giesta, bochechas rosadas como as bagas de sorveira e olhos azuis como o mar. Enquanto Brid representa o espírito da primavera, Cailleach é a própria personificação da Terra, que se renova a cada Primavera, e uma vez que, um foco maior é dado para Brigit no Imbolc, esse dia é reservado apenas à Cailleach: é um dia para glorificar sua transformação, se despedir do Inverno, e receber alegremente a Primavera. Por que então, você não celebra esta vitória? Ainda hoje mesmo, decore sua casa com flores. Acenda velas à Cailleach, cante hinos a ela, conte as histórias dela, faça oferendas. Use coroas de flores em seus ritos, e mais uma vez, celebre o retorno da Primavera e a sabedoria dos ciclos e das estações, que nunca para.


 Clique aqui para ver um ritual para este festival, postado no blog Tír Taírnge.











domingo, 3 de março de 2013

Biddy Early, a Curandeira



 É impossível seguir o caminho do fáith (vidente) e não conhecer Biddy Early, a famosa curandeira da Irlanda, que “teve seu conhecimento com as fadas”. Biddy Early nasceu em 1798 em Faha Ridge, Irlanda, em uma pobre família. Seus pais eram John Thomas Connor e Ellen Connor. É dito que ela passava a maior parte de seu tempo sozinha, “conversando com as fadas”, segundo ela, em irlandês, uma vez que ela falava pouco, ou quase nada em inglês. Sua mãe, Ellen, conhecia muitas curas com ervas, e ensinou uma grande parte para sua filha. 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Irish Fellas - Música celtica Porto Alegre



Minha alma Celta ama cerveja, mas meu corpo a rejeita, não tem jeito, é uma relação complicada demais, em geral evito o sagrado líquido amarelo substituindo por um doce vinho, no entanto há vezes que minha ancestralidade vence e enjoo deleito-me com o amargo da loirinha.
Frequento pouco os pubs aqui de Porto Alegre, alguns são pulgueiros (Druid), outros são inverninhos(John Bull) ou esnobes demais(Mulligan), fico em casa cazamiga bebendo pinga vinho.
Havia uma banda maravilhosa que me levaria à qualquer pub, mesmo que não fosse um pub de verdade, o Tradisons, mas nunca mais ouvi falar deles (embora tenha dançado vestido á caráter em uma de suas apresentações), aí morria minha força, voltando a ouvir somente folk internacional, os clássicos que qualquer iniciante em música céltica conhece. Mas uma amiga me indicou a banda a seguir para eu avaliar conhecer, vejam:



Qualquer coisa nova que tenha a palavra CELTA em geral trás um monte de gente para me perguntar se aquilo é Celta mesmo, e este foi o caso do Irish Fellas. Fiquei surpreso com a qualidade e o amor que vi no vídeo( ok, é meio fresco, mas gosto quando vejo amor nas coisas), eles tocam em vários lugares que eu  não tenho dinheiro tempo de frequentar, mas agora vou fazer uma força imensa para ir, preciso ver ao vivo ( na verdade fantasio com eles tocando num ritual, cheio de panos e cisnes selvagens à minha volta).

Gostaria imensamente que conhecessem o trabalho deste pessoal que além de lindos são gaúchos, ou seja, uma nova alternativa para a celtaiada aqui do sul, vou colocar algumas informações que roubei obtive do face da galera:
Fundada em
março de 2011


Gênero
Irish Tradicional Music


Membros
Caetano Maschio Santos - Bandolim, Bandolim Tenor, Banjo Tenor e Tin Whistle
Victor De Franceschi - Violão
Renato Muller - Gaita Ponto


Natural de
Porto Alegre, Rio Grande do Sul

Descrição
O duo "Irish Fellas" surgiu da iniciativa de Caetano Maschio Santos (bandolim, octave mandolin, tin whistle) após uma curta temporada morando em Wicklow County e viajando pelo litoral sul da Irlanda. De longa data um admirador da música irlandesa e de tradição celta, voltou de lá com material didático, instrumentos e a experiência de ter presenciado ao vivo as sessões tradicionais nos pubs e nas ruas.

Amigo de longa data e também possuidor da experiência de morar nas ilhas britânicas, Victor De Franceschi (violão folk) assumiu o espírito irlandês e se tornou a sustentação harmônica sobre a qual se desenvolvem os temas do conjunto.

Trazendo um dos instrumentos irlandeses mais tradicionais, a gaita-ponto, Renato Muller passou a integrar o projeto em 2012 adicionando novas sonoridades e cores para o conjunto, não deixando as tradições irlandesas de lado.

Os Irish Fellas apresentam temas típicos instrumentais e cantados das "sessions", cuja sonoridade remete fortemente à paisagem do cotidiano dos irlandeses, seus costumes, hábitos e traços característicos.

Devo admitir que me senti nas nuvens ouvindo o pessoal, segue os contatos deles:




Vou até comprar umas cervejas !!!! Me aguarde Irish Fellas.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Grupos no Brasil...

...e outros ainda são sementes, logo logo estarão aqui conosco !

CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR


Seres Sagrados: Origem e Natividade



As divindades e suas relações e interações com os indivíduos da sociedade que lhe é diretamente vinculada são elementos essenciais para se entender qualquer cultura, mas desta premissa antropológica surge a derivação de que as divindades são uma construção cultural, que podemos considerar como etnocêntrica já que se baseia nas “verdades” e parâmetros aceitos pela cultura “científica” ocidental.

Princípios da Reconstrução Religiosa Celta

Texto muito bom, uma tradução excelente de nossa parceira Renata Gueiros do "Saindo da bruma"...confiram

ALEXEI KONDRATIEV'S LOREKEEPERS COURSE 1.0 Faixa Três – Seção Um – A Princípios da Reconstrução Religiosa Celta



 Os antigos celtas usavam a escrita com moderação, e nunca para fazer registros mais detalhados de suas crenças e práticas religiosas. Isso significa que a Idade do Ferro celta não nos deixou nenhum legado comparável aos Vedas na Índia, o Avesta na Pérsia, ou mesmo as Tabuletas Iguvinas na Itália. Alguns escritores foram levados a afirmar, por essa falta de registro de escritos específicos, que nada pode ser conhecido da religião céltica. Entretanto, tal avaliação é prematura. Há, na verdade, um grande corpo de evidências disponíveis que referem direta ou indiretamente às tradições religiosas dos celtas. Nas palavras do arqueólogo Barry Cunliffe: "Pode-se bem dizer que há mais, variada, evidência para a religião céltica do que para qualquer outro aspecto da vida celta. O único problema é ser capaz de reuni-las numa forma sistemática que não simplifique demais a intrincada textura de seus detalhes." (_The Ancient Celts_ (1997) p. 183). O campo da religião céltica pode de fato ser descrito como um vasto e desmontado quebra cabeças feito de um enorme número de peças. Ninguém sabe com certeza como o quadro final se pareceria, nem ninguém pode estar certo de que todas as peças estão disponíveis. O desafio inicial é identificar quais peças realmente pertencem ao quebra cabeças: este primeiro estágio foi uma das maiores preocupações dos estudiosos célticos durante o século passado. No próximo estágio, é feita uma tentativa de encaixar as peças. Eventualmente, assim que mais e mais evidências caem em seus lugares, surgem padrões gerais, fornecendo um vislumbre da imagem inteira.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Guia completo de Druidismo




Guia completo de Druidismo é um projeto do Portal, onde serão abordados nove temas pertinentes sobre a espiritualidade e religião céltica. De agora até abril iremos lançar o material dividido em partes, cada uma com três temas diferentes, portanto aqui estamos trazendo a primeira parte com os temas:

Iniciando a jornada por Rowena Seneween
A lua por Leeh Brittany
Vida e Morte por Énbarr Mac Manannán

Faça o download e mergulhe nesta jornada...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Nasce o Portal



Um pequenino movimento em direção a um grande salto, eis o Portal nascendo...como um pequeno bebê, este espaço nasce em franco crescimento, conforme for ganhando alimento e carinho vai florescer pleno em força, para um dia brilhar entre os adultos.

Ajude o Portal Druidismo a crescer !

Jéferson Matthes

quinta-feira, 1 de março de 2012

O portal

Foto do II EBDRC São Paulo



Este portal é uma idéia antiga, juntar em um único espaço todos os grupos e pessoas, centralizando e facilitando o acesso ao material disponível de Druidismo, Reconstrucionismo Celta e outras denominações da espiritualidade Celta.

Basicamente queremos pelo menos um colunista de cada grupo neste espaço, possibilitando uma troca saudável e neutra, sendo a porta de entrada para todos aqueles que buscam informação segura de pessoas que sabem o que fazem.

Esta idéia só saiu à luz do dia após o II EBDRC, pois a utopia se realiza e os grupos e pessoas envolvidas com a fé Celta estão se unindo e tocando projetos juntos. Este portal só seria possível após isso acontecer !

Dado o primeiro passo, agora é juntarmos parceiros....

Um portal é um site na internet que funciona como centro aglomerador e distribuidor de conteúdo para uma série de outros sites ou subsites dentro, e também fora, do domínio ou subdomínio da gestora do portal.